30.11.06

Dezembro em Agenda


Mafalda Arnauth prepara-se para três espectáculos na Cidade Invicta, inseridos no Projecto "Porto Bairro a Bairro", iniciativa que visa dinamizar os vários bairros sociais daquela cidade.

Pasteleira (dia 7), Aldoar (dia 9) e Parenhos (dia 10) são as freguesias que abrem os seus auditórios, em Dezembro, à voz de Mafalda.

Pelo meio, a artista desce ao Alentejo, para um muito aguardado concerto em Beja, dia 8 de Dezembro, Sexta-feira, às 21h30, no Auditório do Teatro Municipal Pax Julia. O espectáculo abre a XXII Semana de Música para o Natal.

29.11.06

Responsabilidade social



Juntamente com Carlos Mendes, Mafalda Arnauth assumiu formalmente o papel de Embaixadora da campanha do Fundo de Emergência da Cruz Vermelha Portuguesa. Apresentada esta Quarta-feira no Parque das Nações, a iniciativa conta com o apoio incondicional da fadista, cada vez mais empenhada em emprestar a sua imagem e notoriedade a causas e acções de solidariedade meritórias.

9.11.06

S. Martinho na Póvoa de Varzim



Mafalda Arnauth actua este Sábado, dia 11, no Casino da Póvoa. Novas aproximações ao Norte, na noite de S. Martinho, em concerto a partir das 23h00.

8.11.06

Ajuda ao Zoo



Encontra-se já à venda o CD “Jardim da Bicharada”, trabalho que contou com a participação de diversos artistas portugueses. O álbum é composto de 15 músicas, cada uma a contar a história de um animal diferente que habita no Jardim Zoológico de Lisboa.
Mafalda Arnauth participa no álbum, em dueto com Daniela Silva, na faixa "Vicky", dedicada ao golfinho mais afamado do tanque do Zoo da capital.
Este projecto discográfico tem como objectivo promover o Jardim Zoológico de Lisboa como um espaço de diversão, pedagogia e alegria junto do público mais jovem.
Parte das vendas do “Jardim da Bicharada” reverte a favor do Jardim Zoológico e da sua missão de preservação e conservação das espécies.
E muito interessante também para descobrir uma faceta nova das capacidades interpretativas da "nossa" Mafalda.

3.11.06

TÃO LONGE E TÃO PERTO



A ideia de regressar a certos lugares traz, por si só, uma sensação de satisfação e conforto por nos desejarem de volta. Neste caso especial, quando surgiu esta possibilidade, o arrepio que me percorreu trouxe-me memórias inesquecíveis de um dos momentos mais marcantes da minha carreira.
Fui pela primeira vez ao Uruguai em 2004, no seguimento de uma mini-tour pela América do Sul, que começou pela Venezuela, passando pela Argentina, seguida do Uruguai e terminando finalmente na Argentina, de novo. Serviu, no mínimo, para percebermos que cinco dias são definitivamente pouco para tamanhas distâncias - e suficientes para perceber, sem dó nem piedade, os meus limites. Em resumo, no dia do concerto do Uruguai, há dois anos, despertei completamente afónica e com a dura realidade de ter que fazer um concerto nessa noite e na noite seguinte. Para completar o quadro, tinha também, nesse dia, um programa de televisão absurdamente matinal (às 8h da manhã…) onde me apresentei para que não houvesse dúvidas sobre o meu estado e onde descobri os poderes magníficos do meu melhor sussurro. Ainda me lembro do ar assombrado do apresentador…
Consegui fazer o concerto dessa noite (nem eu sei bem como…) e aprendi que a alma humana é sensível, quando falamos de música, a muito mais do que a melhor prestação que um artista pode dar; ou às melhores capacidades que tem para se apresentar. Nessa noite, talvez pelas dificuldades, o que não conseguiu sair pela voz, saiu por cada poro, em doses gigantescas de alma, de expressão, de cumplicidade com os músicos que não sabiam bem quando seria o derradeiro "ai"… foram momentos de uma luta imensa, de uma troca profunda de emoções que até hoje nunca mais me abandonaram. O aplauso caloroso e interminável do final foi sem dúvida das maiores prendas que tenho recebido.
Imaginem, depois disto, a vontade que não fica de regressar, de procurar dar a mesma dimensão emocional com todas as capacidades firmes e a postos! Por isso, quando desta vez entrei no palco, ao fim do primeiro tema tive uma sensação de reconhecimento mútuo, entre mim e o público. Como o reencontro de amigos que viveram momentos tão difíceis quanto fortalecedores, os quais podem bem explicar o laço que parecia pairar no ar. Não é apenas ilusão minha, pois no final tive realmente oportunidade de conversar com algumas pessoas que haviam estado, também em 2004, no meu concerto.
A acrescentar a este momento tão intenso, a presença amiga, saudosa e tão querida, do nosso Ramon Maschio. Nem nos passaria pela cabeça não aproveitar a proximidade com o seu país, e perder esta oportunidade única de reunir a "família".




Além de tudo o que vos contei e da importância obvia que teve para mim, este evento inserido na Cimeira Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, contava também com a presença de três outras cantoras da América do Sul, Biella da Costa, Haydée Milanês e Ana Prada, acentuando o cariz particularmente feminino dessa noite.
Se este facto tem ou não a ver com a extrema sensibilidade quase palpável que pairava no ar, pouco importa… Certo é que o arrepio que é essencial para quem escolhe esta vida, para servir de estimulo e alimento, para afirmar com toda a convicção que é uma bênção ter o privilégio de se fazer o que mais se gosta, ACONTECEU!
E nem todo o cansaço do mundo, depois de uma viagem interminável, nem memórias que têm de fazer parte do passado, nem a tristeza geral de termos de nos despedir (por enquanto!) do nosso querido Ramon, poderão alguma vez fazer-me esquecer a alegria deste regresso…