28.12.06

PORQUE A ALMA TAMBÉM TEM FOME...


Foto de Paulo Pimenta/Público (todos os direitos reservados)

Parti para esta cruzada com a sensação de expectativa, perante algo desconhecido, sobre o qual a informação escasseava, mas que o meu intimo dizia ser uma belíssima forma de encerrar este 2006.
Quanto mais não fosse, a oportunidade de cumprir - de uma forma peculiar, eu sei - a promessa de levar o DIÁRIO ao Porto, levou-me a acolher esta ideia com a maior satisfação.
E mais uma vez, o Porto retribui-me este carinho que lhe tenho… no texto que farei posteriormente sobre Beja, dá para perceber que este final de Ano se processou em verdadeiras “piscinas olímpicas” de km a percorrer: Pasteleira, dia 7 Dezembro, no Porto, Pax Júlia, dia 8, em Beja, Aldoar dia 9, NO PORTO… E entender que em cada concerto a disposição, a inspiração, a VONTADE de estar ali, fosse cada vez maior?
O ser humano é definitivamente um mistério; e desvendar esses caminhos com a minha equipa de bravos é fascinante. Os ensaios de som são uma festa de animação e boa disposição; os jantares, uns mais atribulados que outros, têm realmente o sabor a família; e finalmente, no palco, nestes bairros do Porto em que público, cantora, músicos, luz e som se confundem como se simplesmente estivéssemos numa casa familiar a todos, a partilhar um momento de convívio, tal é a proximidade uns dos outros. Fez em tudo lembrar-me as casas de Fado, sem as mesas, a comida, o fumo... mas com a respiração e a alma de todos ali, à flor da pele. Se quisesse, podia olhar nos olhos de cada um que ali estava e assim nem eu, nem eles, termos por onde fugir e quando a emoção nos dominasse, sermos simplesmente “obrigados” a partilhá-la, ali, naquele momento.
Talvez a definição de bairro possa mesmo ser essa… A impossibilidade de “fugirmos” uns aos outros e termos de nos encarar no dia-a-dia, com tudo o que isso traz de companheirismo, de intimidade, de solidariedade, mas também por vezes de desgaste, de rotina, de saturação. Por vezes, nos grandes palcos das grandes cidades, sentimos o pulsar que vai no coração de cada um. Nestas pequenas salas, sentimos esse pulsar, mas muito mais o pulsar forte do sentido de comunidade que inevitavelmente se cria e - mais ainda - o pulsar da abertura generosa com que acolhem quem desconhecem, só porque agradecem serem reconhecidos, ouvidos e respeitados.
E é assim que revelam que o bairro tem mesmo vida própria, com direito ao reconhecimento, com direito a ter acesso ao que muitas vezes só está ao alcance de alguns privilegiados. Tal como o corpo precisa de ar, alimento, água, acredito sinceramente que a alma também, sendo a música uns dos melhores instrumentos para garantir esta fonte de subsistência. E no que me for possível, é uma fome que terei todo o prazer em “matar”…

23.12.06

NOITE DE PAX, NOITE FELIZ!



“Pax Julia”, em Beja foi, talvez, dos primeiros concertos a ficar confirmado para 2006, logo no início do ano. E manteve-se orgulhosamente isolado em Dezembro, quase até ao final, deixando adivinhar que eu poderia desfrutar de alguns dias nesta linda cidade, como antecipação de umas breves férias de Natal.
Nada mais impossível, ao que eu já devia estar habituada, porque não só surge a jornada do Porto, “Bairro a Bairro”, como esta aparece com contornos que tornam a minha passagem por Beja tão breve, que tinha de ser memorável.
E desde à sala cheia, nem sempre possível garantir nos tempos que correm, ao público generoso e extremamente acolhedor, ao reencontro com amigos de longa data e ao concerto, que acusou tudo menos cansaço da viagem ou do longo Ano que agora se encerra, tudo se juntou para, no final, pairar no ar uma satisfação gigante!
O concerto estava integrado nas celebrações do Natal; e ao aperceber-me da quantidade de famílias presentes e da comunhão entre todas as idades, senti-me especialmente feliz por ver que o concerto conseguiu passar esse espírito congregador de que tanto gosto. Um momento para aproximar pessoas tão diferentes nos gostos, nas gerações, nos estímulos, nas ambições, na forma de viver, mas absolutamente próximas quando se trata de exprimir emoções. Quer pelas emoções que são comuns a todos, quer pelas outras que nos distinguem e que - por esse mesmo motivo - é essencial partilhar com quem nos é mais querido.
Apercebi-me de visitas extraordinárias, fãs desconhecidos vindos de Espanha, o meu irmão (com um grupo de amigos de Lisboa que aproveitaram, numa viagem de fim-de-semana, para estar presentes), a presença de uma fã holandesa que pela terceira vez me surpreende (!), uma antiga colega de veterinária, a recordar-me tempos tão especiais e amizades que o tempo definitivamente não destrói.
Eu já tinha decidido que o Natal que se avizinha e os próximos teriam de regressar aos meus Natais de infância, carregados de simbolismo, de Amor, de espírito de Família. Os últimos Natais obedeceram à velocidade vertiginosa dos tempos, ao inevitável consumismo das prendas, da comida, dos enfeites e do supérfluo. O concerto de Beja foi o mote para o início dessa abordagem renovada, de uma atitude que temos urgentemente de imprimir nas nossas vidas, se queremos que as coisas sejam motivadas pelos valores, pelas pessoas, pelo que é realmente importante.
No dia seguinte, seguimos viagem, de regresso ao Porto, confiantes nas nossas “renas” de quatro rodas, e com o saco das prendas recheado de coisas lindas para dar: aplausos, gargalhadas, cumplicidade, sorrisos, emoções, Amor!
Obrigada Beja!
E obrigado a todos vós que também aqui continuam a acompanhar-me, com um carinho que não se esgota.
Beijinhos e um Feliz Natal!

22.12.06

HOTEL DA FALPERRA, PARA QUEM GOSTA DE MIMOS...


Nas minhas recentes idas a Braga, tive oportunidade de conhecer um lugar que não resisto a partilhar. Para quem goste na natureza em todo o seu esplendor, quem precise de paz e sossego, quem aprecie relaxar caminhando e quem não prescinda de bom atendimento e simpatia, o Hotel da Falperra, em Braga é o lugar ideal para uns dias de retiro. E pelas suas características particulares, pode tanto ser para descanso, como romântico, como um porto de abrigo, para quem quer explorar um pouco esta região maravilhosa de Portugal.
O hotel tem condições excelentes. Um óptimo restaurante, um SPA altamente apelativo, uma localização de extraordinária beleza e um sem fim de serviços disponíveis para quem gosta de mimos. A localização próxima da cidade de Braga, mas distante o suficiente para garantir sossego, permite também usufruir de todas mais valias urbanas de quem não prescinde da visita a lojas, cinema, teatro, shopping, bares e restaurantes.
Quando sinto que preciso de respirar fundo, carregar energias e sentir-me bem, garanto-vos, o Hotel da Falperra é dos primeiros lugares que me ocorre. Se andarem por aqueles lados, não deixem de lhe fazer uma visita… Mesmo de passagem, garanto que vai valer a pena!

18.12.06

PAIXÃO DE CRIAR, PAIXÃO DE VIVER

Basta entrar no site da Elsa Barreto, para perceber que tenho mais do que bons motivos para trazê-la a esta casa, onde vos tenho partilhado tanta coisa bonita e tão especial para mim.
“Paixão de criar, paixão de viver”, o slogan que abre o site, poderia, por si só, justificar a enorme sintonia que senti na primeira oportunidade que tive de conhecer a Elsa Barreto, a seu convite, na inauguração da loja em Braga, com o seu nome.
Para mim, enquanto artista, a criação é definitivamente a expressão máxima de como encaro ou entendo a Vida. E a paixão por uma está intimamente ligada à outra. Inspiram-se, complementam-se, alimentam-se uma da outra.
Nas criações da Elsa, encontrei precisamente esse laço, onde a originalidade e expressão criativa das suas peças são reflexo do seu bom gosto enquanto pessoa e do que observa e procura recriar nas mulheres que a rodeiam.
Percebe-se a necessidade de criar, mas percebe-se acima de tudo um vínculo forte, familiar, no círculo de amigos que percebemos ao seu redor, nas figuras públicas que escolheram estar presentes na inauguração, acompanhando admiração com genuíno carinho. E percebemos que a criação reflecte a Vida, no expoente máximo da sua intensidade.
Porque continuo empenhada em divulgar a arte que aprecio e me cativa, como já o fiz neste blogue, com outros criadores, deixo-vos aqui mais um “doce” para ir saboreando. Sobre o que viremos a fazer em conjunto, muito fica por dizer e traçar, pois há muito a desvendar de ambas as partes.
Numa fase inicial, a Elsa Barreto propõe-se criar um guarda-roupa para situações mais casuais, cocktails, pequenos eventos. Mas acima de tudo, aqui, fica o convite para visitar o site (ver link na barra lateral direita) e conhecer melhor o universo desta estilista que urge conhecer. E gostar…

4.12.06

Mafalda em "Histórias Raríssimas"



Todas as semanas, surgem cinco novas doenças raras no mundo - e apenas 7 mil estão identificadas. A falta de informação é a primeira e principal dificuldade enfrentada pelos pais e familiares dessas crianças raras.
Em Portugal, o apoio mais incisivo a estes casos tem sido dado, ao longo dos últimos quatro anos, pela Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras.
Como parte do seu projecto nacional, a associação lançou recentemente a primeira pedra de um dos seus maiores sonhos: a "Casa dos Marcos", um centro de apoio e acolhimento, na Moita.
Contribuindo para o equipamento da futura casa, será editado, em 2007, o 1º Volume das "Histórias Raríssimas", cujas receitas revertem a favor da associação. Mafalda Arnauth é uma das figuras públicas a dar o seu contributo ao arranque da iniciativa, com a cedência de um conto original para publicação.

1.12.06

Uma CAIS (ainda mais) especial


A partilha de experiências sobre o voluntariado é o mote para a apresentação da revista CAIS de Dezembro, dedicada ao concurso de fotografia Olháki - voluntariado missionário. Vai ser já no próximo dia 5 deste mês, às 18h30, no Atrium Saldanha, em Lisboa.
A iniciativa da Fundação Evangelização e Culturas e da revista CAIS visa assinalar o Dia Internacional do Voluntário - e tem como madrinha a nossa Mafalda Arnauth.

Na sessão de apresentação da revista, Mafalda será uma das oradoras, juntamente com Elza Chambel (Presidente do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado), padre José Martins Maia (Fundação Evangelização e Culturas), Henrique Pinto (director da CAIS), Carlos Pinto Coelho (júri do concurso), Carla Costa (voluntário universitário) e Mário Jaleco (voluntário missionário e vencedor do concurso Olháki).