6.8.06

BONS VENTOS...



Confesso que nunca entendi o ditado “de Espanha nem bom vento, nem bom casamento…”
Casamentos, nem bons, nem maus, são assunto que não procuro, nem geograficamente, nem de maneira nenhuma… E dos ventos, esses, confesso que não percebo…
Devo ser daquelas pessoas abençoadas, pois Espanha é, para mim, definitivamente um país de eleição. Tal como em Portugal, cada lugar tem a sua natureza e cada público a sua reacção - mas os resultados deixam-me, invariavelmente, feliz.
Seja da música, da minha forma de comunicar, ou de tudo junto, vivem-se momentos de uma intensidade muito reconhecida em nuestros hermanos, generosamente presente em cada concerto, onde o orgulho nacional que tanto os caracteriza não cria a menor barreira nem muito menos nos faz sentir estrangeiros ou estranhos, naquele momento.
De Yecla a Madrid, passando por Cádiz e terminando nos Pirinéus, só fica mesmo a nostalgia de não poder apreciar mais dos lugares e das gentes. Sim, porque o único e verdadeiro tormento desta mini-tour foram os horários e as viagens…
Apenas como pequeno exemplo, para o último concerto nos Pirinéus, acordamos às 04:30 (03:30 em Portugal!), cerca de quatro horas depois do cencerto de Cadiz!!!! E como chegámos aos Pirinéus às 16h00, façam vocês as contas…
Quando um concerto destes termina de forma abençoada pelas palmas e calor humano de tanta gente, depois de superar-se a exaustão e o medo de não conseguirmos dar o melhor, acreditem, a sensação é indescritível! Parecemos tomados por uma força maior, sentimo-nos ainda mais família, e TUDO vale a pena…
Por todos estes motivos, de Espanha veio uma “ventania” carregada de boas sensações, também motivadas pelo lançamento oficial do “Diário” no país vizinho (coroado com 12 horas de entrevistas, logo no dia 6 de Julho!).
Temos regresso marcado já em Outubro; e porque não deixar aqui o convite? Venham connosco, desfrutar dos ventos ou até, quem sabe, tratar de casamentos. Mas, acima de tudo, tomar parte nesta aventura de descoberta e conhecimento! Todos somos mais do que bem vindos quando podemos, ainda por cima, dar a volta à História e partilhar, com os nossos vizinhos, o melhor que temos: música, Alma e Coração…

1 Comments:

At 4:01 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Tenho com o país vizinho uma relação de há muito marcada por conceitos e sentimentos de significados diametralmente opostos.

Amo a simplicidade das pessoas dos pequenos pueblos entranhados em montanhas avassaladoras, que a cada presença nossa nos presenteiam com o mais cerrado dos abraços, por entre belas tapas e bocadillos de salsichon, jamon serrano ou queijo manchego, acompanhadas por um saborosíssimo vinho de produção caseira, que nos preenche a alma, mais do que o corpo!!
Que se despedem de nós com um sorriso do tamanho do mundo e nos dizem “Voltem depressa”, com a força da sinceridade de quem quer mesmo que voltemos.

Abomino o desvario consumista de muitos restaurantes de praia, onde a palavra educação parece ser tabu para muitos dos que lá trabalham, e para quem a imagem do turismo espanhol é algo que manifestamente lhes passa ao lado, releve-se-me a expressão.
Que te dizem “Hasta luego” mas pensam, e o olhar não nos engana, que é melhor sairmos depressa porque outros já estão à espera.

Adoro a exuberância e o fogo que lhes percorre a alma, quando vibram com a música, com as canções, com os bailados, com todas as expressões de arte que eles parecem sentir e viver como ninguém.

Detesto a ligeireza com que não atendem quem não fale a sua língua, ou a estranha mania/tendência de considerar tudo o que é seu, como sendo sempre do melhor da Europa e disso tive, nestes últimos dias, alguns exemplos bem evidentes que demonstram o quanto de inverdade e exagero existe nessas “classificações” tão leviana e apressadamente atribuídas.

Acredito que existam maneiras de dar mesmo à volta à História e lhes fazer ver e sentir que nós também “estamos cá”.

Como levar-lhes um e mais espectáculos da Mafalda.
Como fazê-los ouvir e, sobretudo, sentir a mensagem que está presente em cada tema do “Diário”.

(Para já não falar de lhes dar a conhecer a excelência da nossa gastronomia!!)

Talvez assim eles se cheguem um pouco mais a nós.
Se assim for, talvez eu possa com eles partilhar um bocadinho do meu coração ou um pequenino retalho da minha alma.

Isto, claro, se fizerem um esforço para perceber o meu espanhol (o que até não é difícil, diga-se) e se pararem de dizer, por exemplo, que o Zoo de Fuengirola é um dos melhores da Europa, quando o nosso “pobre” Zoo de Lisboa é incomparavelmente mais vasto e interessante…!!!!

:-))

Beijinho, querida Mafalda.

(até já)

 

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