24.10.05

FINALMENTE



Mais do que nunca, os dias parecem correr velozes agora que, finalmente, está perto o dia de apresentar o fruto da dedicação de muitos meses, da inspiração feliz que me tem acompanhado, da emoção com que eu adoro “rechear” cada instante da minha vida.
Ter a oportunidade de finalmente revelar o meu “Diário” é uma sensação indescritível. A cada dia que passa, cada entrevista, cada oportunidade de explicar de onde e porque nasceu este registo, reforça profundamente todas as sensações que fui tendo enquanto escolhia reportório e enquanto lhe dava forma, com as pessoas que comigo viveram esta experiência, em estúdio, nas misturas, nas decisões importantes.
A natureza pessoal e íntima do “Diário” reflecte-se na própria forma intensa, real e apaixonada com que o fomos construindo. Senti, em quase todas as pessoas que comigo trabalharam, o efeito de se lidar com dados profundos da vida de alguém, principalmente quando estes aparecem “embrulhados” em música, o que tantas vezes nos “agita” sem sabermos porquê. Não posso jurar, mas acredito que cada um criou e recriou, vezes sem conta, o seu próprio diário, revendo-se em tantas frases e emoções que cantei e que, no fundo, são comuns a todos nós.
O meu “Diário” vai finalmente poder cumprir-se… Porque muito mais que a expressão dos meus dias, da minha vivência, das minhas influências e de tudo aquilo que me marcou, o “Diário” que vos compus existe, apenas, para que cada pessoa que o escutar possa compor o seu próprio, talvez com a confiança de que os sentimentos que por vezes nos assaltam são partilhados e vividos, igualmente, por quem está à nossa volta.
E talvez até que - ao cantá-los - estes possam ser saboreados de novo, de tão importantes que foram; superados de vez, de tão dolorosos que os escondemos; e partilhados com quem mais amamos, pois o nosso diário só tem sentido se tivermos a coragem de ir mostrando, de vez em quando, algumas das suas folhas, uns aos outros…

1 Comments:

At 9:40 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Cara Mafalda,

Acabo de ler as linhas que escreveste. Acabo também, a muito custo, de organizar um pensamento, uma conclusão, que tomo a liberdade de partilhar com quem a quiser.

1 - Devia ser proíbido escrever assim sobre um disco ANTES da edição do mesmo.
2 - Se fosse de facto um crime fazê-lo, ter-me-ias privado do prazer de o ler. Ter-me-ias igualmente privado da re-audição dos discos que possuo e que têm a tua voz e escrita e que agora ouuço porque gostei do que li.

Cumps.

TH.

 

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