Mérito à Italiana
A coisa preparava-se para passar despercebida, uma vez que como é seu hábito, a nossa Mafalda gosta de manter-se longe dos grandes aparatos. No entanto, uma vez que comunicar uma honraria conferida por terceiros está longe de ser protagonismo pré-fabricado, lá conseguimos ter acesso às fotos.
Trata-se de uma medalha de mérito artístico e cultural da Presidência da República de Itália, atribuída a Mafalda Arnauth aquando da sua passagem por Salerno, no final do ano passado.
A distinção simboliza bem o carinho que o público da Itália tem pela nossa fadista, um carinho sobejamente expresso ao longo dos últimos anos.
Somos "suspeitos", mas dizemos que foi - obviamente - uma honraria bem merecida!
2 Comments:
É muito bom sabermos que o talento da Mafalda é reconhecido além fronteiras e que o carinho que ela tanto merece também lhe é dado fora de Portugal.
O que ainda me deixa mais contente é que seja a Mafalda a levar algo de tão português aos quatro cantos do mundo.
Bjs
Cristina
A PROPÓSITO DE....
A Holanda, onde a partir da próxima semana a Mafalda vai estar para uma longa série de concertos, é um país que encerra em si todo um manancial de beleza natural muito própria, de riqueza cultural de enorme dimensão e, talvez acima de tudo, uma maneira de estar perante a Vida, nas suas múltiplas vertentes, que nos transmite uma sensação forte de inovação, de diferença e de enorme sensibilidade perante a realidade quotidiana.
Ao falarmos da Holanda, referimos, inevitavelmente, acontecimentos, tradições, lugares, modos de estar e de viver, que a definem como um país suí-generis.
Em Amesterdão, a praça Dam ou a Centraal Station, onde tudo acontece e onde, a cada momento também, nos deparamos com uma autêntica miscelânea de raças, credos e culturas.
Os museus riquíssimos, como o Van Gogh Museum e o Rijksmuseum, incluindo este, por exemplo, fantásticas obras primas do famoso Rembrandt.
A casa de Anne Frank, jovem resistente judia ao jugo nazi durante a 2ª Guerra Mundial, autora de um “Diário”, hoje internacionalmente considerado como um hino à paz e à tolerância entre os povos.
Ainda os passeios nos canais que serpenteiam por toda a cidade, e que nos oferecem momentos de rara beleza e indizível prazer.
Falamos também inevitavelmente dos queijos...aahhh, os queijos!
:-)
Do Gouda ou do Edam.
De Alkmaar, considerada a capital do queijo e onde, anualmente, acontecem festivais e até competições do queijo....a que, aliás, tive o prazer de assistir há três anos, quando por ali andei de férias.
Da porcelana rica da Holanda, que poderá ser encontrada, por exemplo, na cidade de Delft.
Dos moinhos, usados em todo o país desde o séc. XIV para, bombeando água das terras abaixo do nível do mar, conquistar a este ainda mais espaço, mas também utilizados na moagem de trigo ou na confecção de belas peças de porcelana..
Das flores, de que a Holanda é responsável por mais de metade da produção mundial.
Visite-se, por exemplo, o Bloomenmarket em pleno centro de Amesterdão, mas também, e sobretudo, os campos de flores onde elas são plantadas e onde podem, mesmo ali, ser compradas.
Em Leiden (atenção Mafalda), existe um dos mais belos campos de todo o país!!!!.
E se ninguém vem da Holanda sem comprar tulipas, também dificilmente alguém volta sem um par dos famosos "klonpen" (tamancos) holandeses!!
Há-os de todos os tamanhos e ao alcance de todas as bolsas!!!
E certamente muitos deles ornamentam hoje muitas casas de todo o mundo, não fugindo, claro, Portugal à regra...!
E porque não um passeio no Zaanse Schans, um refúgio natural, recriação de uma Holanda de há centenas de anos, a cerca de 70km a norte de Amesterdão, local onde poderão ser encontradas mostras de todo o tipicismo atrás descrito (queijos, tamancos, flores, porcelanas), conviver com enormes e simpáticas vaquinhas estendidas ao sol, provar a cozinha regional e, inevitavelmente, tirar muitas fotos em moinhos!!!
É esta Holanda, que tive já o prazer de visitar algumas vezes, que vai receber a “menina dos nossos olhos” a partir de 17 deste mês.
Contam-me que o povo holandês, conhecido, bem ou mal não sei, por uma certa ligeireza de usos, costumes e hábitos, guarda em si o gosto e o saber reconhecer das coisas íntimas que lhes são transmitidas pelas artes, pelas palavras ou pela música, neste caso pelo fado.
Que sejam vocês, Mafalda e amigos, uma vez mais, os embaixadores de uma musicalidade íntima e íntegra, de uma forma nova de mostrar o fado, não no seu lado escuro do muro do silêncio e da desdita, mas na audácia e na ternura com que continuam a tecer os nós que nos atam...
Boa viagem, Mafalda.
"Tot ziens" (até já)
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