7.7.06

AUDÁCIA DE VOAR



A meteorologia quis-nos pregar uma partida, mas este concerto estava talhado para acontecer, em repetição ainda mais elevada que das vezes anteriores.
Foi com alguma pena que não estive na Casa da Pesca, lugar especial e de beleza singular, mas a providencial “bolha” do Parque dos Poetas merece toda a nossa saudação!
Chuva, muita chuva, mas imenso o calor e o crescendo, quer nosso, quer do imenso público que teve, ainda assim, a coragem e a vontade de nos rever! A bolha ficou a ponto de explodir, com tanta gente e - principalmente - tanta emoção…
É particularmente saboroso repetirmos concertos destes quando eles, a cada vez que acontecem, se expandem mais, exigem mais de nós e nos damos conta de que retribuímos ainda com mais vontade e entrega.
Foi especial partilhar de novo o palco com os Corvos, mas mais especial ainda perceber logo pelos ensaios, que demos um salto no conforto ao encarar os temas, no à vontade, na maturidade e - consequentemente - no desfrutar do que iríamos fazer a seguir.
Foi um grupo coeso que comigo partilhou o palco! Com algumas alterações ao repertório e o brinde de mais um instrumental dos Corvos, o concerto ganhou em expressão, alguma novidade e muita energia. E acima de tudo muito gozo…
Existem projectos que nascem especificamente para uma situação, como é o caso deste, criado para o Castelo de S. Jorge, no circuito da Festa do Fado 2005, mas que, felizmente, parecem não querer adormecer tão depressa. E quando, como neste caso, encontramos sempre quem o queira despertar, que mais podemos desejar?
Apenas que nos seja possível “levantar voo”, tantas vezes quantas as que nos quiserem desafiar. Acreditem, nada nos dará mais prazer…