24.2.06

Na rádio? Lá fora...




A VRT - Radio 2 (emissora nacional belga/flamenga) seleccionou o tema "Por Onde Me Levar o Vento" para a sua playlist. O sítio internet desta estação pode ser espreitado aqui. Esta escolha, que obviamente muito nos satisfaz e orgulha, faz-nos também pensar no infeliz contraponto das rádios portuguesas. Enquanto o Fado continua a singrar e a despertar paixões "lá fora", muitos dos programadores das nossas(?) rádios continuam a preferir ignorá-lo.

21.2.06

Diário - a sondagem



Aqui vos trazemos os resultados da primeira "sondagem" do Fadiário, referente aos temas preferidos do álbum "Diário". Ao contrário do ditado, os primeiros foram de facto os primeiros, com o tema "Para Maria" a recolher a fatia maior das escolhas. "Audácia" e "Milonga do Chiado" ocuparam os restantes lugares do "pódio".

Na próxima "sondagem", vamos pedir-vos opinião relativamente ao que desejariam ver como linha mestra do próximo álbum de Mafalda Arnauth, colocando-vos uma série de hipóteses "em cima da mesa".

15.2.06

Entrevista Bodyspace



O interessantíssimo portal de música Bodyspace, um espaço que importa sem dúvida descobrir, acaba de publicar uma extensa e completa entrevista com Mafalda Arnauth. O trabalho pode ser lido aqui.

14.2.06

IK HOU VAN JULLIE


Foto: Philip Nijman

Ik hou van jullie!!!! Foi o que aprendi em holandês, para dizer ao público, e acabei por dizê-lo aos meus meninos, da forma mais sentida e verdadeira… Literalmente, quer dizer: “Eu adoro-vos!”
E só quem lhes viu o sorriso de orelha a orelha, firmemente de “braço dado” uns com os outros para me “levarem ao colo”, pode alcançar a justiça desta minha declaração de carinho.
Existem momentos dos quais se acaba por ter pouco a dizer - e este é um deles…
À entrada, percebi um daqueles públicos a quem apetece ajoelhar e agradecer, simplesmente, a generosidade com que nos foram ver e que nos transformou, do primeiro ao último momento, em seres em permanente explosão…
Kleine Comedie foi o lugar da celebração dos reencontros: finalmente, o segundo concerto com todos os mosqueteiros que fazem parte desta família… Depois, a visita abençoada do meu irmão que trouxe, consigo (além do ninho que qualquer mãe e pai têm de mandar), o amor incondicional de quem sabe ser o meu maior amigo. Ainda, a presença de uma das figuras mais marcantes da musica holandesa, Ramsés Shaffy, que espontaneamente cantou comigo e fez, no mínimo, um dos momentos da noite!
Em Amsterdão, mais do que fluir, a musica tornou-se todos nós, os que em cima do palco viveram o enorme prazer de um momento único, de comoção e partilha e os que fora dele, se sentiram convidados naquela festa e - das mais diversas formas - dele fizeram parte… Cantando, aplaudindo, rindo, agradecendo-nos o momento que lhes proporcionámos!
Foi uma noite de contágio, onde regressar não teve o peso da responsabilidade que poderia existir, numa sala tão emblemática; pelo contrário, invadiu-me uma sensação de familiaridade e intimidade que me fez sentir em casa, desde o primeiro momento, coisa que me permitiu desfrutar deste concerto ao máximo.
Talvez tenha sido esta a grande magia desta noite: sentia-me feliz, plena, grata pela vida que me acontece! E foi esse Fado que me atravessa que deixei, simplesmente, transbordar…


Foto: Philip Nijman

11.2.06

PERIPÉCIAS E AVENTURAS



Pois é… é tudo lindo, mas são as nossas pequenas aventuras e desventuras que ajudam a temperar ainda mais esta nossa linda viagem!
A saber:

Logo à chegada ao aeroporto de Amesterdão, sofremos o desaparecimento de três malas de viagem! Imaginem de quem era uma delas? Imaginem o que estava lá dentro?... Pois, por acaso era a minha, com todos os vestidos de concertos, maquilhagem e todo o mundo que me ajuda a estar como habitualmente me vêm… E são, acreditem, elementos bem importantes. E agora a melhor parte: sabem quando apareceu a mala? Exactamente depois de eu ter experimentado meio guarda-roupa de uma adorável senhora holandesa que era, lamentavelmente, um pouquinho maior do que eu; depois de ter construído com a Maria João Castanheira (companheira de infortúnio no desaparecimento das malas…) um modelito de fazer inveja a qualquer designer da Moda Lisboa, rematado com alfinetes arranjados à pressa e que beneficiaria de um corte generalizado de luz… Enfim, a 45 minutos do concerto, a mala chegou! E acreditem, o publico teve muita sorte…
De "regresso a casa", depois de um dos concertos a maior distância do nosso hotel, decidimos fazer apostas sobre a nossa hora de chegada ao mesmo. Provavelmente cinco minutos depois, algo bateu em baixo do carro - e para dar cabo de qualquer hipótese de eventuais vitórias, confirmou-se um furo… Depois de uma hora a tentar descobrir o macaco, as ferramentas, o pneu (que por motivos misteriosos não se mexia do lugar), depois de eu ter de proibir seja quem for de ir para debaixo da carrinha resolver o mistério (como bons portugueses que são, os meus companheiros decidiram não deixar os seus créditos por maus alheias e, depois de aliciarem o nosso condutor holandês, aventuraram-se numa tentativa, inglória de trocar o pneu), depois de percebermos que o motorista simplesmente não via ao perto, DECIDIMOS CHAMAR ASSISTÊNCIA EM VIAGEM!!!! Valeu quinze minutos de frio arrasador ao nosso Klaas (motorista) num telefone de emergências, a ponto de pensarmos que ele tinha ligado ao psicólogo para saber que fazer com o grupo de portugueses alucinados que conseguiam, no meio do infortúnio, continuar a rir, a cantar e a pedir-lhe que se despachasse para ver se a aposta não era totalmente perdida…
Desventura mais delicada: gastronomia holandesa!!! Ó saudades do nosso bacalhau, azeite, bife grelhado, alimentos dos quais sabemos os nomes e que reconhecemos… A mim, em particular, calhou-me um magnífico queijo roquefort, disfarçado a uma luz suave, ao qual sou totalmente alérgica! No dia seguinte, tínhamos um programa de rádio e foi consenso geral, eu estava da cor do queijo: azul esverdeado! Valeram-nos, finalmente, uns torresmos magníficos - prenda maior da visita do nosso Luís Pontes - que tiveram de render muito além do que seria de esperar. É assim a gestão de recursos, quando eles não abundam…
Imaginem também que pode acontecer num país frio… onde a chuva tem sido incessante e nem a neve, que decidiu mudar de país(!), nos vem animar os dias? Pois é, valentes constipações, gripes, espirros e muita tosse… Apesar de tudo, tenho conseguido driblar esta amiga terrível e como dizem os meus amigos: “ainda bem que dão és tu… imaxina o expetáculo!”
Voltamos às aventuras, para vos retratar uma deliciosa, que provavelmente me vai valer um processo por violação do sigilo profissional! Depois de um mês fora de casa, temos postos os nossos dotes de lavandaria à prova, pois é coisa que não existe em Lekkerkerk… Este facto está a ser alvo de projecto por parte do Ramon e Ricardo Cruz, que pretendem definitivamente instalar uma lavandaria neste lugar… além de outras coisas, que não vou revelar para não agravar a minha indiscrição. Posso apenas adiantar que quem for lavar roupa em Lekkerkerk poderá, além disso, disfrutar da bela gastronomia luso-argentina e, quiçá, ainda ouvir uns fados…
Vou finalizar com uma aventura que muito nos tem valido, neste fim de mundo adorável que é Lekkerkerk, onde estamos instalados: o Paulo Parreira descobriu, por acaso, uma rede sem fios que tem feito as delícias de todos e que - dentro do possível - me permite enviar estas novas e manter este cordão tão especial…

Acima de tudo, o cansaço é enorme! Não fossem os vossos abraços carinhosos e a nossa tremenda força e espírito de equipa, tudo seria muito mais desventura que aventura. Garanto-vos que em muito têm colaborado para a moral de todos e se os concertos têm sido tão fortes, de tantas maneiras, muito se deve a sabermos que pensam em nós, dando-nos força, coragem e alento.
Um beijo enorme, do coração... E até muito breve!

10.2.06

Vida de artista...



Para lá da face visível dos palcos e do sucesso dos concertos na Holanda, Bélgica e Luxemburgo, as peripécias da tournée de Mafalda Arnauth têm sido mais que muitas. Todas, felizmente, com um final feliz e motivo de (sor)risos. Aqui a vemos, numa foto tirada à beira da estrada, com o triângulo pronto a assentar no asfalto, depois de uma trajectória sem mapa e um pneu furado, numa noite escura como breu. Os pormenores ser-nos-ão contados aqui, quando a Mafalda voltar a Lisboa. Certo é que a boa disposição não morre. São assim, os artistas com A maiúsculo.

7.2.06

Globalização



A partir de hoje, Mafalda Arnauth passa a contar com mais dois espaços para contacto com os seus fãs, apreciadores e curiosos. A versão inglesa do sítio oficial já está online e foi acompanhada da versão internacional deste Fadiário. O "Fadiary" terá, por razões óbvias, muitos conteúdos "espelho" do seu "irmão" português, mas também informação exclusiva, especialmente vocacionada para os públicos estrangeiros. Como sempre, ambos os novos espaços estão também abertos à vossa participação. Enjoy!

3.2.06

Kleine, kleine...




Com a ajuda do seu amigo holandês, Bart Schoen, o nosso António Machado brinda-nos com mais dois conteúdos preciosos. Primeiro, o texto de apresentação do espectáculo, traduzido do site oficial do "Kleine Komedie Theather", onde Mafalda Arnauth actuará na próxima 2ª feira.

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Cantora de fado, Mafalda Arnauth constitui um fenómeno que nos deleita, com uma voz aberta e cheia, e uma maneira de ser e estar que nos deixa presos desde o primeiro instante.
Ela faz parte de uma nova geração de fadistas, à qual também pertencem, por exemplo, Camané, Mísia e Cristina Branco, cujas intenções vão muito para além das fronteiras do consumismo fácil e marcadamente comercial, libertando o Fado de caminhos por onde quase foi perdido.
Nela existe, mantendo embora o respeito pelas tradições mais marcantes do Fado, uma maneira muito própria e inovadora de o recriar, podemos dizer.
Mafalda vai ainda mais longe, escrevendo muito do seu repertório.
Com ela, chega-nos também uma maneira mais leve, que não menos verdadeira, de cantar a saudade e a melancolia tão presentes no fado tradicional.
Mafalda Arnauth pode já, de algum modo, ter adquirido o estatuto de "Diva", não tendo, no entanto, muitos dos traços marcantes de fenómenos desta natureza. É aberta, espontânea, dá-se ao público e deixa nele, mesmo quando este não entende as suas palavras, uma sensação imensa de partilha dos sentidos, graças à intensidade das suas interpretações.
Com ela, Paulo Parreira, na guitarra portuguesa, Ramon Maschio na guitarra clássica e Ricardo Costa no baixo acústico.



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António Machado envia-nos também um texto sobre o "Kleine Komedie Theather", retirado e traduzido do mesmo site:


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O "Kleine Komedie", construído em 1768, é o teatro mais antigo de Amsterdão e tem conhecido, ao longo dos tempos, uma história muito colorida e, de algum modo, excitante.
Após o crescimento sob o domínio francês, período em que o rei Willem I e o imperador Napoleão Bonaparte fizeram parte dos seus visitantes mais assíduos, seguiu-se um período breve, no início do século XIX, onde o teatro foi utilizado como "Deutschen Theater".
Depois, foi ainda palco de igreja escocesa, sala de Universidade Livre e, mais tarde, lugar de mostra de revistas e outros espectáculos de variedades.
Nos dias de hoje, o "Kleine Komedie" é um ponto de passagem obrigatório no roteiro dos teatros de Amsterdão e do próprio país, constituíndo, por assim dizer, a Meca dos espectáculos de cabaret, sendo também lugar importante de divulgação de música popular holandesa ("kleinkunst") e internacional; e palco de muitas apresentações de teatro musicado, entre outras manifestações de actividades culturais e artísticas.
Nele têm actuado, com regularidade, quer artistas em fase de lançamento, quer muitos outros já de créditos firmados, a nível nacional e internacional.